sábado, 1 de novembro de 2025

Resultado da pesquisa sobre os comandantes do CPE/PMMG*

 


 🩸Troféus de Sangue e Palanques de Cinismo



Enquanto o corpo do sargento Heber Carvalho da Fonseca ainda estava quente, a engrenagem política já polia seus discursos e arrumava suas gravatas para transformar a tragédia em vitrine. O sangue do herói mal secou no chão da Penha, e já o usavam como troféu para justificar o fracasso de um Estado que há muito tempo decidiu que Segurança Pública é marketing — não compromisso.


A PEC da Segurança Pública, vendida como um marco de “valorização”, é na verdade um espelho rachado: reflete apenas o oportunismo político e esconde o abandono diário de quem veste farda. Nenhuma linha fala em valorização salarial, nenhuma vírgula garante data-base para reajuste, nenhum parágrafo reconhece o sacrifício de quem enfrenta o inferno urbano enquanto os “representantes do povo” circulam em carros de luxo comprados com dinheiro público.


Os mesmos que aplaudem operações mortais e postam homenagens lacrimosas nas redes são os que trocam a dignidade dos policiais por emendas secretas, isentam bilionários de impostos e gorduram o fundo eleitoral com o suor e o luto da tropa. Transformaram a morte dos pobres em espetáculo, e a farda — em figurino de campanha.


Heber morreu como herói. Morreu como tantos outros, acreditando que a oração da esposa e o amor dos filhos bastariam para sobreviver à guerra que o Estado finge combater. Enquanto ela chora, os políticos fazem pose, disputam likes e discursam sobre “ordem e progresso” — duas palavras que jamais caberão em um país onde o policial é descartável e o criminoso é desculpa para palanque.


O Brasil de hoje não valoriza quem protege a vida, apenas quem lucra com a morte. A PEC não é de segurança — é de conveniência. E o silêncio da resposta que nunca veio para a esposa de Heber ecoa como a voz de todos os heróis esquecidos:

sem salário digno, sem amparo, sem justiça — mas com honra.


🕊️ Heróis não morrem. Morre a vergonha de quem os usa como escada.