Vice-presidente do PT provoca polêmica ao defender megaoperação no Rio
Quaquá diz que “tinha que matar mil” ao comentar ação policial mais letal da história do RJ
Prefeito de Maricá afirmou que operação na Penha e no Alemão “só matou bandido” e que ação deveria ter sido de ocupação. Megaoperação deixou 122 mortos, incluindo quatro policiais.
O vice-presidente nacional do PT e prefeito de Maricá (RJ), Washington Quaquá, gerou forte reação dentro e fora do partido ao defender a megaoperação realizada em outubro nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro — a mais letal da história do estado, com 122 mortos, entre eles quatro policiais.
Durante um seminário do PT sobre segurança pública, Quaquá afirmou que a polícia “só matou otário, vagabundo, bandido” e declarou que “tinha que matar mil”, ao argumentar que o número de criminosos armados nos complexos seria muito maior do que o total de mortos na ação.
Ele também disse ter questionado se havia trabalhadores entre as vítimas e que teria recebido como resposta que “não”. Para o prefeito, o problema da operação não foi a letalidade, mas a falta de estratégia: “O Complexo da Penha tem mais de 1 mil soldados do tráfico. Então, se fosse para matar, tinha que matar mil. A questão é que a operação foi de entrar, não de ocupar.”
Não é a primeira vez que Quaquá apoia publicamente a ação. Logo após a megaoperação, ele já havia afirmado que ela foi “necessária” para desocupar áreas dominadas por facções, embora tenha criticado o governador por tentar atribuir ao Governo Federal a responsabilidade pela iniciativa.