BM lança Programa Anjos para suporte à saúde mental dos brigadianos
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A Brigada Militar tem voltado cada vez mais atenção para a saúde mental da sua tropa. Com essa preocupação, o Comando-Geral, o Departamento de Saúde e o Departamento de Ensino da Instituição uniram esforços para elaborar uma iniciativa que atenda essa demanda. É o Programa Anjos, que visa quebrar o paradigma da habitual transmissão de informações de forma vertical, por meio de seminários promovidos pelos médicos psiquiatras do Quadro de Oficiais Especialistas em Saúde (QOES) da Corporação e psicólogos contratados. A ideia é difundir as informações básicas adequadas de uma maneira mais direta ao público brigadiano.
Dentro do programa, foi criado um curso que tem como objetivo principal a capacitação de militares estaduais voluntários, que irão servir como facilitadores junto à tropa, auxiliando na identificação precoce e encaminhamento dos casos de adoecimento mental que necessitam de avaliação especializada, em especial situações envolvendo risco de suicídio. É importante salientar que não espera-se que o voluntário faça intervenções terapêuticas, e, sim, sirva de facilitador para que o indivíduo chegue ao serviço especializado.
As vagas para o curso serão uniformemente distribuídas entre os comandos regionais e departamentos a fim de alcançar o público da forma mais abrangente possível. Haverá um processo de seleção para avaliar o perfil dos interessados em atuar como facilitador. Serão dois encontros presenciais e cinco módulos EAD.
"No curso serão abordados os fatores de risco e principais estressores relacionados à doença mental, as características dos transtornos mentais mais prevalentes no efetivo da Brigada Militar, o comportamento suicida, suas características, sinais de risco, além de mitos e verdades sobre o assunto. Também vamos tratar de aspectos de prevenção e promoção da saúde mental", explica a a major do QOES Claúdia Ferrão Vargas, médica psiquiatra do Hospital da Brigada Militar (HBM) de Porto Alegre.
Ainda segundo a major, assim que o facilitador identificar algum sinal no colega, ele fará uma aproximação com escuta adequada e o encaminhará para uma avaliação especializada, a ser realizada por profissionais especialistas da instituição. A natureza da função de policial militar expõe o indivíduo ao estresse continuado e exige equilíbrio emocional para lidar com situações de risco. Por este motivo, o desafio de identificar as pessoas que apresentam sofrimento emocional e encaminhá-las para atendimento especializado requer o engajamento de todos.
Normalmente, o policial militar apresenta um perfil mais rígido e este comportamento, aliado ao preconceito que ainda existe acerca do tratamento na área da saúde mental, acabam despertando o receio de pedido de ajuda aos comandos. O programa viu, então, na própria tropa uma maneira de perceber e auxiliar os demais, visto que muitas vezes são nas conversas informais no quartel ou dentro da viatura que o colega pode verbalizar alguma situação difícil que esteja passando. E, ainda que silencie, algumas mudanças de atitude podem indicar que a pessoa não está bem e precisa de ajuda.
Pensando na saúde mental da tropa, Brigada Militar lança Programa Anjos
A Brigada Militar tem voltado o olhar, cada vez mais, para a saúde mental da sua tropa e após discussões o Comando-Geral, Departamento de Saúde e Departamento de Ensino da Instituição uniram esforços e decidiram criar um programa que atenda essa demanda. Crédito: Brigada Militar
Texto: Major QOES Cláudia Ferrão Vargas
Edição: Soldado Adriély Escouto/PM5 e Ascom SSP