Zema rejeita ser vice de Flávio Bolsonaro e garante que não retira candidatura presidencial

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), afastou de forma categórica qualquer possibilidade de compor uma chapa como vice de Flávio Bolsonaro em 2026 e reafirmou que seguirá com sua candidatura à Presidência da República até o final. Em entrevista, Zema deixou claro que a decisão está tomada e que renunciará ao cargo no prazo legal para se dedicar integralmente ao projeto nacional do Partido Novo.
Empresário que chegou à política como outsider em 2018, surfando na rejeição ao PT e no desgaste do então governador Fernando Pimentel, Zema consolidou-se como uma das principais lideranças da direita liberal ao se reeleger em primeiro turno em 2022. Agora, ele tenta ocupar o espaço deixado por Jair Bolsonaro, hoje inelegível, ao lado de outros governadores que também se lançam como alternativas no campo conservador.
Questionado sobre a entrada de Flávio Bolsonaro na disputa presidencial, Zema adotou um tom diplomático, afirmando que considera legítima a candidatura do senador e que, quanto mais nomes da direita estiverem no primeiro turno, maiores as chances do campo vencer o PT. Ainda assim, foi enfático ao dizer que não abrirá mão de seu projeto nem aceitará papel secundário na corrida ao Planalto.
O governador também reforçou seu discurso de combate à polarização, embora reconheça que ela ainda organize o debate político nacional. Para Zema, o eleitorado está cansado de embates estéreis e busca resultados concretos. Ele aposta no histórico de sua gestão em Minas como principal ativo eleitoral, destacando o equilíbrio fiscal, a redução da pobreza, a atração de investimentos e a geração de empregos como provas de que seu modelo pode ser replicado no plano federal.
No campo internacional, Zema voltou a criticar a condução da política externa do governo Lula, especialmente na relação com os Estados Unidos, afirmando que faltou pragmatismo e iniciativa diplomática. Para ele, o Brasil perdeu tempo e oportunidades ao priorizar discursos ideológicos em detrimento de negociações diretas.
Ao olhar para 2026, Zema sinaliza que sua campanha será ancorada menos em confrontos pessoais e mais na defesa de um projeto de desenvolvimento econômico e eficiência do Estado. Ao mesmo tempo, já desenha o tabuleiro mineiro, declarando apoio ao vice-governador Mateus Simões como seu sucessor em Minas, reforçando a ideia de continuidade administrativa no estado enquanto busca voos mais altos no cenário nacional.