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O jovem de 24 anos que se passou por falso major do Exército cometeu crime ao usar a farda, mesmo não fazendo parte das Forças Armadas. A informação foi confirmada pelo Comando Militar do Leste (CML). O homem foi detido no bairro Nova Suíça, na região Oeste de Belo Horizonte, nessa quarta-feira (19/11), e é também suspeito de violentar psicologicamente a companheira.O crime previsto no Artigo 172 do Código Penal Militar (CPM) é configurado pelo ato de usar indevidamente o uniforme, distintivo ou insígnia. O tipo penal não exige que o autor tenha a intenção específica de, por exemplo, se passar por militar para cometer outro crime, embora isso possa ocorrer. O foco é na lesão à dignidade e à autoridade do uniforme e dos símbolos militares.
A pena prevista é de detenção de até seis meses. O CML informou que a investigação do caso está sob responsabilidade da Polícia Civil, uma vez que o jovem não faz parte das Forças Armadas.
"Não compactuamos com nenhuma conduta ilícita e repudiamos atitudes que violem a legislação, os valores e a ética", afirmou em nota.Situação prisional
O falso major tem audiência de custódia marcada para esta sexta-feira (21/11). Na audiência, será analisada a sequência dele no sistema prisional ou se ele será liberado.
Relembre o caso
O jovem foi preso pela Polícia Militar após a corporação ter sido acionada em decorrência de denúncias de que ele circulava pelo corredor do prédio ameaçando a mulher com uma arma de fogo.
Ao ser abordado, ele apresentou apenas uma réplica de revólver e admitiu que nunca integrou o Exército, tendo apenas realizado o alistamento militar. Mesmo assim, segundo relatos da família da vítima, o suspeito mantinha uma farsa há meses: dizia ser major e até teria compartilhado um documento falsificado da União para sustentar a mentira.
O pai da jovem contou ainda que o rapaz enganou a família em um golpe financeiro, solicitando cerca de R$ 50 mil para um suposto curso que o habilitaria a trabalhar na Interpol. Durante as buscas no apartamento, policiais encontraram fardas, boinas e diversas fotos do suspeito trajando uniforme militar — algumas delas registradas no próprio casamento.
A companheira relatou à PM que sofria violência psicológica constante. O jovem foi preso em flagrante e deve responder por falsa identidade, estelionato e outros possíveis crimes.

