segunda-feira, 21 de julho de 2025






VELÓRIO DA SARGENTO ALDAILZA É MARCADO POR COMOÇÃO E QUESTIONAMENTOS SOBRE CONDUTA DA HOMOLOGAÇÃO DE ATESTADOS

O velório da 3ª Sargento Aldailza, da Polícia Militar de Minas Gerais, ocorrido na manhã deste sábado (19), em Bom Despacho, foi marcado por forte comoção e manifestações de tristeza por parte de familiares, amigos e colegas de farda. Durante a cerimônia, surgiram questionamentos sobre o suporte institucional recebido pela militar nos meses que antecederam sua morte.

De acordo com relatos de pessoas próximas, a sargento enfrentava dificuldades relacionadas à saúde mental, incluindo episódios de insônia severa, uso de medicação controlada e uma internação psiquiátrica no início deste ano. Após 30 dias de tratamento em clínica especializada na cidade de Divinópolis, Aldailza teria recebido atestados médicos recomendando afastamento temporário das atividades laborais.

Mesmo com os afastamentos recomendados, familiares alegam que a militar continuou sendo convocada para comparecer ao serviço em Dores do Indaiá. Segundo esses relatos, ao buscar homologação de um novo atestado de dois dias junto ao NAIS do 7º BPM, na última quinta-feira, a sargento teria tido apenas um dia validado pelo profissional responsável, decisão que, segundo colegas de farda, é considerada recorrente na unidade.

A militar estava lotada recentemente no município de Serra da Saudade, embora residisse com o esposo — também militar — em Bom Despacho. De acordo com informações prestadas por familiares, não havia alojamento feminino disponível na nova unidade, o que a obrigava a arcar com despesas de hospedagem e deslocamento. Uma sindicância social teria confirmado a situação de dificuldade enfrentada.

Na semana do ocorrido, a sargento buscou novo atendimento médico devido à intensificação dos sintomas. Familiares afirmam que, mesmo após novo atestado, ela retornou ao serviço ainda sob efeito de medicações fortes. Na sexta-feira (18), dia em que ainda deveria estar afastada segundo o laudo original, sofreu um acidente fatal enquanto se dirigia para o trabalho.

Relatórios da clínica onde foi internada anteriormente indicam que Aldailza respondia bem ao tratamento, demonstrava cooperação e havia apresentado melhora em seu quadro geral.

O episódio gerou comoção na tropa e reacendeu o debate sobre saúde mental no ambiente policial, além da forma como atestados médicos externos são tratados por núcleos de saúde institucionais. Familiares e colegas têm expressado preocupações quanto ao acolhimento de militares que enfrentam questões de ordem psicológica e emocional.

Apesar de procurado,  Até o momento, não há posicionamento oficial do comando da 7ª RPM sobre o caso. A expectativa é de que haja apuração interna para esclarecer os fatos que antecederam a tragédia.

A morte da Sargento Aldailza levanta reflexões importantes sobre o cuidado com a saúde mental dos profissionais da segurança pública e os procedimentos adotados na homologação de atestados médicos no âmbito militar.




Que Deus conforte familiares e amigos