Embora a iniciativa do Setembro Amarelo tenha um propósito louvável de conscientizar sobre a prevenção do suicídio e a importância da saúde mental, é necessário questionar a real efetividade dessas campanhas dentro das instituições. Muitas vezes, as ações realizadas em torno do tema são superficiais e não refletem um compromisso genuíno com o bem-estar emocional dos servidores.
É contraditório que se promova a importância da psicoterapia e do cuidado com a saúde mental, quando, na prática, os profissionais enfrentam condições de trabalho que desgastam sua saúde psicológica. Faltam políticas consistentes que valorizem os servidores que sofrem silenciosamente com problemas emocionais, e o apoio real para aqueles que se encontram em situações críticas muitas vezes é negligenciado. A valorização deve ir além de campanhas pontuais e incluir ações concretas para tratar a "tripa doente", ou seja, aqueles que já estão em sofrimento mental severo.
Sem uma verdadeira mudança na forma como as instituições abordam a questão do autoextermínio e o sofrimento psíquico, o Setembro Amarelo corre o risco de ser mais uma data no calendário sem impacto real na vida dos servidores.
Blog da Renata Pimenta