A Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) adiou para 2 de junho a audiência pública para discutir o reajuste salarial a ser proposto pelo governo Romeu Zema (Novo) às carreiras do funcionalismo público. A princípio, o encontro, agendado como um instrumento de pressão da categoria sobre o Palácio Tiradentes, estava marcado para esta terça-feira (23).

O presidente da Comissão de Segurança Pública, Sargento Rodrigues (PL), afirmou que a audiência pública foi adiada a pedido do líder do governo, Gustavo Valadares (PMN), que confirmou o acordo. “Segundo o líder, o governo ainda não tinha condições de concluir os cálculos e também a data de envio do projeto de lei (de reajuste salarial à ALMG)”, explicou o deputado, que foi um dos signatários do requerimento para o agendamento do encontro.

Como já mostrou O TEMPO, a bancada da segurança pública da ALMG agendou a reunião como um aceno ao governo Zema em busca de retomar as negociações para pactuar um índice diferenciado de reajuste para a categoria. As conversas estavam estagnadas desde o último dia 2, quando, insatisfeitos com a sinalização do Palácio Tiradentes em propor uma revisão de 5,8%, os deputados tornaram pública a proposta, que, até então, não havia sido informada pelo governo.

Os signatários da audiência pública - além de Rodrigues, assinaram o requerimento os deputados Bruno Engler (PL), Coronel Sandro (PL), Delegada Sheila (PL), Delegado Christiano Xavier (PSD) e Eduardo Azevedo (PSC) - convidaram o secretário de Governo, Igor Eto, a secretária de Planejamento e Gestão, Luísa Barreto, o secretário de Justiça e Segurança Pública, Rogério Greco, o comandante geral da Polícia Militar, Rodrigo do Nascimento, o comandante geral dos Bombeiros, Erlon Botelho e a chefe da Polícia Civil, Letícia Gamboge.

Em visita à Lagoa Santa, na Região Metropolitana, na última sexta-feira (19), Zema afirmou que a Secretaria de Fazenda ainda estuda o índice de reajuste a ser proposto. “Um estado como Minas Gerais tem um limite para dar reajuste que depende da Lei. Então, nós temos que olhar a questão orçamentária, o que a Secretaria de Fazenda já está analisando", apontou o governador.

A bancada da segurança pública não é a única insatisfeita com a postura do Palácio Tiradentes. Desde a última quarta (17), o bloco de oposição a Zema obstrui a pauta da ALMG à espera da proposta de reajuste. “Na semana que vem (nesta), se não conseguirmos sinais (do governo), vamos obstruir (a pauta) também nas comissões até que a gente tenha protocolado o indicativo de recomposição de todos os servidores e a discussão do piso dos professores”, salientou o líder do bloco, Ulysses Gomes (PT)