Mateus Simões acena com recomposição salarial às forças de segurança
O vice-governador de Minas Gerais, Mateus Simões (PSD), afirmou que pretende abrir diálogo com as entidades representativas das forças de segurança para discutir a recomposição salarial, caso o governo federal aceite o uso de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Regional (FNDR) para abatimento da dívida do estado com a União. Segundo ele, a conversa deve ocorrer no início de 2026.
A declaração foi feita durante entrevista coletiva sobre medidas do governo para conter o avanço das facções criminosas em Minas. Simões não detalhou como seria a recomposição nem o andamento das negociações com a União no âmbito do Programa de Pleno Pagamento das Dívidas dos Estados (Propag).
O dispositivo que permite a cessão de parte ou da totalidade dos recursos do FNDR para reduzir a dívida estadual havia sido vetado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas o Congresso derrubou o veto e a medida passou a integrar a Lei Complementar 212/2025, que criou o Propag.
Criado pela Reforma Tributária, o FNDR tem como objetivo reduzir desigualdades regionais e evitar a guerra fiscal entre os estados, sendo financiado com recursos da União. Para o governo mineiro, o veto ao uso do fundo era um dos principais entraves para a recomposição das perdas inflacionárias dos servidores, especialmente das forças de segurança.
Cotado para assumir o governo estadual em abril de 2026, caso Romeu Zema (Novo) deixe o cargo para disputar a Presidência da República, Simões já havia sinalizado que abriria negociações salariais se os vetos ao Propag fossem derrubados.
Outras demandas defendidas pelo governo de Minas — como a flexibilização da Lei de Responsabilidade Fiscal para concessão de reajustes e a assunção, pela União, de empréstimos internacionais dos estados — não avançaram, já que esses vetos foram mantidos.
Para as entidades de classe, a expectativa é que a negociação contemple não apenas a inflação de 2025, mas também perdas acumuladas de anos anteriores. Representantes apontam defasagem salarial próxima de 48% desde o governo Fernando Pimentel (PT) e cobram o cumprimento da legislação que determina a divulgação anual do índice de revisão geral da remuneração dos servidores.
