“No estado onde o trem funciona, tive que dar dinheiro à faxineira da minha delegacia para comprar material de limpeza.”
A frase, dita por um delegado da Polícia Civil em Caeté, escancara uma realidade vergonhosa: a falta de condições básicas de trabalho nas unidades policiais do interior de Minas Gerais.
A delegacia é comandada pelo delegado Cláudio Utsch, reconhecido por sua isenção, coragem e altivez, e a cena — um servidor público tendo que custear itens de limpeza do próprio bolso — sintetiza o abandono que atinge dezenas, talvez centenas de delegacias mineiras.
Enquanto isso, o governo estadual mantém o slogan “Aqui o trem prospera”, um discurso que soa ridículo e mentiroso diante do que realmente acontece:
sem combustível para as viaturas, sem café para os servidores, sem verba para comprar sequer produtos de limpeza, e sem reajuste digno para quem mantém a segurança da população.
Como diriam em Araxá: “Tome vergonha.”
Coluna Luiz Tito
