quarta-feira, 4 de junho de 2025

Ali no "litoral" de Minas





Pode isso, Comando?

Quando a licença médica homologada vira alvo de vigilância

Em tempos em que tanto se fala em valorização da tropa, é difícil acreditar que ainda existam comandos que, em pleno 2025, insistem em fiscalizar o paradeiro de militares durante suas licenças médicas — mesmo após estas já estarem homologadas oficialmente.

O que está acontecendo?

Militares com laudos médicos válidos, emitidos por profissionais devidamente registrados e respeitados, estão sendo procurados em casa ou questionados sobre onde estão, como se tivessem que dar satisfações além do que a lei exige.

👉 Mas o que diz a legislação?

O Conselho Federal de Medicina (CFM) é claro:

“O atestado médico é um documento técnico, sigiloso e legal. Não pode ser desconsiderado por autoridade administrativa ou empregador, salvo em casos excepcionais, com parecer técnico de outro médico.”
(Resolução CFM nº 1.658/2002)

Além disso, o Código de Ética Médica e a Constituição Federal garantem ao paciente — inclusive o militar — o direito à privacidade, ao repouso e à dignidade enquanto estiver em tratamento de saúde.

✅ Se a licença está homologada, significa que já foi analisada e aceita administrativamente. O militar, portanto, está legalmente afastado. E ponto final.

❗Visitas ou questionamentos feitos sem justificativa legal ou médica, sob pretexto de “acompanhamento” ou “fiscalização”, podem ser considerados abuso de autoridade, assédio moral e até violação de direitos constitucionais.


🛑 Militar não é prisioneiro

Estar de licença não é crime. Estar doente, exausto ou abalado emocionalmente também não. E se há alguém com direito de saber onde o militar está, esse alguém se chama médico responsável, não o comandante da unidade.

Vamos lembrar: quem zela pela saúde do militar é o profissional de saúde. O papel do comando é apoiar, não vigiar.


📢 Ao companheiro que está em tratamento: Você não está sozinho. Seu laudo tem validade. Sua dignidade merece respeito. E seu direito está garantido em lei.

Se você passou ou está passando por isso, denuncie. Fale. Compartilhe. O silêncio só fortalece o abuso.