Policial de Nárnia é advertido por estar sem colete dentro do quartel, enquanto comando desestimula cobrança por horas de empenho após ataque
Chega a ser inacreditável, mas aconteceu em Nárnia. Um policial foi comunicado oficialmente por estar sem colete balístico dentro do quartel, enquanto trabalhava na Sala de Operações (SOU). A justificativa? Cumprir norma de segurança.
Mas é impossível não questionar: desde quando um colete segura disparo de fuzil 7.62 ou calibre .50? Nenhum colete padrão da tropa é capaz disso. Inclusive, nem blindagem veicular resiste a essas munições. Parece mais uma burocracia punitiva do que qualquer preocupação real com a vida do militar.
Outro ponto que revoltou a tropa foi a forma como os policiais envolvidos no episódio do ataque — que ficaram quase 10 dias empenhados, indo em casa apenas para dormir e voltar — estão sendo tratados. Ao começarem a requerer as horas de empenho, foi realizada uma reunião em que se deixou subentendido que poderiam até requerer, mas iriam se arrepender depois. A alegação? Que "aquelas horas eram questão de honra" e, portanto, não deveriam ser cobradas.
Ora, honra não paga contas. O sacrifício foi feito, sim, por compromisso com a sociedade, mas isso não anula o direito legal e moral ao reconhecimento do esforço extremo. Transformar dedicação em arma de coerção é desrespeitoso e desumano.
A tropa está cansada de discursos bonitos em redes sociais e de autoridades que, na prática, escolhem punir em vez de apoiar.