segunda-feira, 12 de junho de 2023

 


O autoextermínio de uma escrivã da Polícia Civil de Minas Gerais, lotada em Carandaí, na região da Zona da Mata, com circulação de áudios indicando pressão psicológica e assédio moral acendem um alerta para um quadro muito mais profundo dentro da corporação: falta de estrutura e consequente deterioração da saúde mental dos servidores. Segundo o Sindicato dos Servidores da Polícia Civil no Estado de Minas Gerais (Sindpol-MG), isso ocorre em função de uma soma de fatores:falta de equipamentos e as condições inadequadas de serviços das delegacias e de cerca de 7 mil servidores na instituição. O levantamento feito pelo sindicato indica que são 10 mil policiais civis na ativa, número inferior ao necessário, de 17.500. Situação esta que, segundo o sindicato, potencializa os casos de assédio moral e leva os servidores a quadros clínicos de adoecimento mental. “Esse é um grande problema. Nem todos conseguem suportar essa pressão. Só neste ano, tivemos quatro suicídios entre servidores da Polícia Civil”, alerta Wemerson Oliveira, presidente do Sindpol-MG.


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SAÚDE E SEGURANÇA

Suicídio de escrivã alerta para assédio e problemas de saúde mental na PC em MG

MG é o segundo estado com mais casos de suicídios entre policiais civis; foram três mortes em 2021, número inferior somente ao de SP, com oito

Por Rayllan Oliveira Publicado em 12 de junho de 2023 | 14h19 - Atualizado em 12 de junho de 2023 | 14h57

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Escrivã morreu no último final de semana no interior de Minas - Foto: Reprodução / @pcmgoficial / Twitter

Escrivã morreu no último final de semana no interior de Minas — Foto: Reprodução / @pcmgoficial / Twitter

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O autoextermínio de uma escrivã da Polícia Civil de Minas Gerais, lotada em Carandaí, na região da Zona da Mata, com circulação de áudios indicando pressão psicológica e assédio moral acendem um alerta para um quadro muito mais profundo dentro da corporação: falta de estrutura e consequente deterioração da saúde mental dos servidores. Segundo o Sindicato dos Servidores da Polícia Civil no Estado de Minas Gerais (Sindpol-MG), isso ocorre em função de uma soma de fatores:falta de equipamentos e as condições inadequadas de serviços das delegacias e de cerca de 7 mil servidores na instituição. O levantamento feito pelo sindicato indica que são 10 mil policiais civis na ativa, número inferior ao necessário, de 17.500. Situação esta que, segundo o sindicato, potencializa os casos de assédio moral e leva os servidores a quadros clínicos de adoecimento mental. “Esse é um grande problema. Nem todos conseguem suportar essa pressão. Só neste ano, tivemos quatro suicídios entre servidores da Polícia Civil”, alerta Wemerson Oliveira, presidente do Sindpol-MG.



A servidora morreu no último final de semana em Barbacena, na região do Campo das Vertentes. Áudios e vídeos compartilhados por ela dão conta de que a servidora foi vítima de assédio moral e sexual, sobrecarga de trabalho e ingerência de seus superiores. Uma situação, que segundo o Sindicato dos Escrivães de Polícia Civil no Estado de Minas Gerais (Sindep-MG), acomete outros servidores que atuam na mesma delegacia onde atuava a escrivã, na cidade de Carandaí. “Os policiais estão adoecendo de forma muito perigosa e o cuidado com a saúde mental de nossos profissionais não tem chamado a atenção das autoridades responsáveis. A polícia está doente e quem deveria cuidar desses valorosos policiais está fingindo não ver”, destaca o sindicato. 


Conforme o levantamento feito pelo Anuário de Segurança Pública, divulgado em 2022, Minas Gerais é o segundo estado com mais casos de suicídios entre policiais civis. Em 2021, último ano analisado pelo estudo, foram três mortes, número inferior somente do estado de São Paulo, com oito. O levantamento considera os dados disponibilizados pela Secretaria de Estado de Segurança Pública e/ou Defesa Social, além das polícias Civil e Militar. "É uma situação que vai além do salário ruim. Hoje tem policial que precisa comprar material para conseguir trabalhar, precisa tirar dinheiro do próprio bolso. Além disso, tem os coletes vencidos, armamentos ruins e que não atendem as necessidades de uma polícia que é investigada, sem contar a falta de servidores. Tudo isso colabora para esse adoecimento psicológico", detalha Wemerson Oliveira, presidente do Sindpol-MG.


As circunstâncias da morte da servidora são investigadas, conforme indica o Sindep. Áudios e vídeos com as denúncias dos episódios de violência são analisados pela associação. Em um destes materiais, inclusive, a escrivã teria sido vítima de assédio moral, machismo e de ameaças. O suspeito das violência teria sido um servidor com cargo superior ao exercido por ela. "Eu te chamei de piranha. Risos. É muito cabecinha fraca, é muito cabecinha fraca. (....) Eu não bato em mulher, mas se você fosse homem, uma hora dessa, ou eu ou você, estava morto", indica trecho de um dos vídeos recebidos pelo sindicato. Com o material, além da apuração das denúncias, o Sindep-MG cobra por uma audiência pública para discutir o assunto. A associação quer que os suspeitos de terem assediado e ameaçado a servidora expliquem as denúncias. O encontro, segundo o Sindep, deve ser feito junto a autoridades públicas, além de amigos e familiares da escrivã. "O sindicato está fazendo o seu papel que é de cobrar providências. Lamentavelmente existem mais pessoas no limite do suportável. O Estado precisa encarar a saúde mental dos profissionais de segurança como prioridade", completa

Investigação da morte

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informou que, após o ocorrido, abriu um procedimento disciplinar e um inquérito policial para apurar as denúncias referentes aos fatos. “A Superintendência de Investigação e Polícia Judiciária (SIPJ), por meio da Inspetoria-Geral de Escrivães, além de uma equipe da Diretoria de Saúde Ocupacional (DSO), do Hospital da Polícia Civil (HPC), estão no município de Carandaí para acolhimento e atendimento dos servidores”, disse a instituição, em nota, que prestou condolências aos familiares, amigos e colegas da escrivã.

Problema recorrente

"O que aconteceu com a Rafaela é um problema real, não pontual, e o meio, muitas vezes, se rebela contra as pessoas que denunciam", alerta um policial civil que, por medo de represálias, pediu para não ser identificado. O servidor, que atua em uma cidade do interior de Minas, está de licença psiquiátrica após ser diagnosticado com transtornos de ansiedade e depressão. "Além de serem ignoradas, as pessoas que são diagnosticadas com problemas de saúde mental passam a ser mal vistas. São julgadas como pessoas fracas e que não querem trabalhar, que inventam desculpas", conta.


https://www.otempo.com.br/cidades/suicidio-de-escriva-alerta-para-assedio-e-problemas-de-saude-mental-na-pc-em-mg-1.2886805

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