O governador Romeu Zema (Novo) não disse que não sabe se continuará doando o próprio salário a instituições de caridade neste segundo mandato, como fez ao longo de toda a primeira gestão. Ele afirmou que doou o salário até dezembro do ano passado. “Até dezembro eu assumi o compromisso e doei o meu salário, durante quatro anos eu trabalhei como governador voluntário”, disse o governador, sem definir se seguirá doando o próprio salário a partir deste ano. "No segundo (mandato) eu ainda não resolvi como farei", afirmou. Por meio de nota, a assessoria do governo de Minas explicou que o governador optou por continuar as doações até o fim do primeiro governo. “Neste segundo mandato, não há compromisso público de doação do salário pelo governador”, informou a assessoria.

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Zema pontuou que assumiu o compromisso de doar o próprio salário até colocar em dia o salário do funcionalismo público o que, segundo ele, foi conquistado em agosto de 2021. “Mesmo tendo colocado em dia o salário do servidor, eu continuei doando o meu salário até o mês de dezembro do ano passado. Eu assumi no cartório esse compromisso e fui além do que eu havia me comprometido”, assinalou o governador durante entrevista para a Rádio Itatiaia, na manhã desta quarta-feira (29/3). Segundo informação da assessoria do governo, ao longo dos quatro anos do primeiro mandato, o governador doou mais de R$ 400 mil a instituições de caridade, soma do valor integral de seu salário no período.

Sobre a polêmica envolvendo o reajuste de quase 300% no próprio salário e no dos secretários, o governador argumentou que uma correção era necessária, uma vez que os vencimentos não eram corrigidos há 16 anos, desde 2007. Segundo Zema, o Executivo perdeu, no primeiro mandato, quase que metade dos secretários por eles terem recebido propostas melhores do que ganham no governo. “Eu tinha e ainda tenho secretários que estão trabalhando no governo quase como voluntários. E é isso que Minas quer para o futuro? Depender de voluntários para ocupar os cargos mais importantes do Estado?”, questionou.

O governador afirmou que o secretariado de Minas Gerais tem salário três vezes menor que os demais estados. “Nós queremos fazer essa correção para atrairmos e retermos bons profissionais. Eu não quero que Minas fique dependendo de gente que se voluntaria a ocupar cargos como aconteceu”, ressaltou Zema. Para justificar o reajuste, o governador argumentou que secretários municipais, de cidades pequenas, ganham mais do que os secretários de Estado em Minas Gerais. Segundo ele, de todos os estados do Brasil, Minas tem hoje o menor salário