Desabafo de um veterano da Polícia Civil de Minas Gerais
Dediquei minha vida inteira à Polícia Civil de Minas Gerais. Foram décadas colocando a cara a tapa, enfrentando a criminalidade de frente, deixando minha família em casa sem saber se eu voltaria. E agora, depois de tudo isso, depois de aposentar, percebo uma verdade dura: a instituição simplesmente vira as costas pra você.
Mesmo aposentado, continuo sendo policial no sangue, no olhar atento, na disposição em ajudar quem quer que seja. Mas de que adianta essa vontade, se hoje me tiraram o básico?
Sem nenhum respeito ou consideração, retiraram o acesso dos veteranos ao SIP, SIDS e REDS. Isso significa que, se eu vejo um veículo suspeito ou abordo alguém em atitude duvidosa — coisa que já fiz milhares de vezes em serviço —, não tenho mais como puxar os antecedentes criminais dessa pessoa ou veículo.
A PM, pelo menos, reconheceu o erro e voltou atrás. Restaurou o acesso aos seus veteranos. A Polícia Civil, por outro lado, simplesmente respondeu:
> “Ah, é só ligar pra alguém que você conhece e pedir.”
Me ajuda aí, né? Todo mundo que trabalhou nessa área sabe o constrangimento que é ficar ligando para pedir favor. Além do mais, a informação é sigilosa. Não é uma gentileza, é um dever legal e institucional.
E é isso que dói: não é só a perda do acesso, é a perda do respeito.
Depois de anos servindo ao Estado, o que sobra é o esquecimento.
Fica aqui a pergunta que não quer calar, aquela que todo policial faz em silêncio:
👉 Vale a pena todo o sacrifício?