“O dia começa muito cedo. Precisamos da luz para poder ajudar. Como conseguimos retirar 292 pessoas isoladas, agora, com nossa experiência de Brumadinho e Mariana, estamos focando nos desaparecidos e os soterrados. De volta, a lama”, foi assim que o porta-voz do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais (CBMMG), Tenente Henrique Barcellos, descreveu a ação dos mineiros na tragédia que assolou o Rio Grande do Sul. 

 

Especialistas em prevenção de desastres, 21 membros do CBMMG saíram de Minas em direção a Porto Alegre. Essa é a maior equipe já liberada por um governador para salvamentos em outras regiões. Na manhã de sexta-feira (3/5), oito militares iniciaram os trabalhos de sobrevoo - feitos no Arcanjo 11, helicóptero cedido pela Secretária de Saúde mineira - e reconhecimento da área em Porto Alegre, para avaliar as dimensões dos temporais na região. Depois, em seguida, outros cinco chegaram a bordo do Arcanjo 06, que saiu de Uberaba, no Triângulo Mineiro. No domingo (5/5), 15 militares completaram a frota, estes que viajavam por terra em um caminhão com equipamentos logísticos - como escoras e almofadas pneumáticas, equipamentos para mergulho e botes - além de um veículo apropriado para a condução de dois cães de busca.Desde que chegaram ao Rio Grande do Sul, os bombeiros mineiros conseguiram salvar - em menos de 24 horas - 292 pessoas. Os números não contam o salvamento em Eldorado do Sul. Estes serão contabilizados apenas hoje, terça-feira (7/5), quando o CBMMG fizer uma nova avaliação. 

Especialização

 

Depois da tragédia de Brumadinho, em 2019, mais de 100 membros do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais foram enviados ao Japão para estudar a prevenção de desastres. A parceria é do governo de Minas com a província Yamanashi. A ação foi relembrada pelo comandante-geral do Corpo de Bombeiros mineiro, Erlon Botelho, também em conversa com o Estado de Minas. O coronel avaliou a atuação no Rio Grande do Sul como excelente, já que foi feita por um acionamento imediato pelos colegas de farda do Rio Grande do Sul