Romeu Zema e Matheus Simões são o retrato perfeito da política gourmet: dois alienados que acreditam piamente que o Estado é uma empresa e o povo, um detalhe inconveniente da planilha. Vivem no delírio de que não precisam do funcionalismo público nem da periferia — afinal, acham que voto se compra com “gestão eficiente”, café de cápsula e palminhas de empresário engravatado.
Zema, com seu olhar de planilha de Excel e alma de planador, acha que servidor público é despesa, e pobre é estatística. Já Matheus Simões segue o mestre: um aprendiz de CEO travestido de político, acreditando que a política se faz em reuniões de diretoria e não nas ruas esburacadas onde o povo sobrevive à base de promessa.
Os dois vivem a ilusão de que o “clube dos amigos empresários” vai bancar o ingresso eterno no altar da glória política — mal percebem que, sem voto de quem acorda às 5 da manhã, o pedestal vira caixote de feira. E quando o poder escorregar, como inevitavelmente escorrega pra quem governa olhando o povo de cima, esses “empreendedores da política” serão descartados mais rápido que um produto fora da validade: largados como leprosos, esquecidos pelos mesmos que hoje os bajulam entre taças de vinho caro.
No fim, Zema e Simões acreditam que são gestores iluminados — mas a verdade é que estão perdidos no próprio labirinto de arrogância, achando que o Brasil cabe numa planilha e o voto se compra com discurso de meritocracia. Mal sabem eles que o povo não é acionista, é juiz — e a sentença está vindo, com juros e correção eleitoral.
