Uma quadrilha de estelionatários especializada em aplicar golpes em policiais militares e militares das Forças Armadas, da reserva e pensionistas, e que teria causado um prejuízo de R$ 700 mil a 30 vítimas, foi alvo, na manhã desta quarta-feira (15), da operação "O Ilusionista". Deflagrada pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) em conjunto com a Polícia Militar (PM) e a Polícia Penal, a operação cumpriu seis mandados de prisão. 

Segundo o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), foram cumpridos ainda onze mandados de busca e apreensão. A operação é fruto de investigações que apontaram para a existência de uma organização criminosa voltada para a prática de estelionato e lavagem de dinheiro. 

As vítimas eram, principalmente, "pessoas idosas ou portadoras de doenças graves", sendo que os criminosos as ludibriavam com suposta vantagem em dinheiro em função de "ações judiciais exitosas contra entidades de previdência privada ou de seguros de vida". 

Ainda conforme o MPMG, o grupo contava com uma história muito bem arquitetada e toda uma estrutura disponibilizada pela quadrilha, o que ajudava a convencer as pessoas a depositarem grandes valores em dinheiro que seriam referentes a falsos honorários ou custas processuais. A alegação é que este pagamento era necessário para que o valor vencido na Justiça fosse liberado. 

"Os criminosos utilizavam, ainda, nomes de autoridades do alto comando da Polícia Militar para conferir mais credibilidade aos argumentos ardilosos do grupo. Até o momento, foram identificadas mais de 30 vítimas do golpe, com prejuízo já apurado de cerca de R$ 700 mil, sendo que uma das vítimas perdeu mais de R$ 200 mil para os criminosos", detalhou o MPMG.

Em fevereiro, O TEMPO denunciou um outro golpe que teve entre suas vítimas policiais militares. No caso, tratava-se de um ex-PM que convenceu pessoas de seu círculo de convivência a fazerem investimentos e, depois, sumiu com milhões de reais

Operação ocorreu em seis cidades

Ainda conforme o órgão, a operação "O Ilusionista" aconteceu simultaneamente em seis cidades de Minas Gerais, a maior parte delas na região metropolitana de Belo Horizonte. Além da capital, Contagem, Betim, Ibirité e Mateus Leme receberam buscas. A cidade de São Francisco, no Norte de Minas, também foi alvo de um dos mandados. 

Para isso, foram empenhados dois promotores de Justiça, dois servidores do MPMG, 63 policiais militares e dois policiais penais. Conforme o Gaeco, o nome da operação faz referência às estratégias "ardilosas" usadas pelos criminosos para convencerem as vítimas a depositarem valores para receberem indenizações que nunca existiram.