Policiais civis são investigados por formarem milícia que movimentou mais de R$ 30 milhões em MG
Três policiais civis estão entre os alvos de uma operação deflagrada nesta quinta-feira (4) pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e pela Polícia Civil em cidades da Zona da Mata, incluindo Teixeiras e Viçosa, além de Belo Horizonte. Eles são suspeitos de integrar uma organização criminosa que teria atuado como milícia armada em benefício de um empresário do setor de mineração.
Também estão sob investigação um assessor parlamentar, três empresários, um contador, um ex-escrivão, um profissional autônomo e uma profissional da área ambiental. O grupo é acusado de envolvimento em crimes como corrupção, fraude em licitações, falsidade ideológica, milícia privada e lavagem de dinheiro.
Ao todo, foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão, além de medidas como afastamento de cargos públicos, suspensão do porte e da posse de armas de fogo, monitoramento eletrônico e bloqueio de bens. Durante a operação, foram recolhidos aparelhos eletrônicos, armas, documentos, cerca de R$ 106 mil em dinheiro e 740 folhas de cheques.
As investigações apontam que agentes públicos teriam criado empresas de fachada em nome de terceiros para dissimular ganhos ilícitos, atuando ainda de forma irregular no setor de segurança privada com uso de recursos do Estado. Um assessor parlamentar teria ficado responsável por intermediar o pagamento de vantagens aos policiais.
O MPMG também apura a existência de uma rede de agiotagem e lavagem de dinheiro em Teixeiras, com movimentação financeira superior a R$ 30 milhões em aproximadamente cinco anos. Além disso, há suspeitas de contratos irregulares entre integrantes do grupo e a prefeitura local, o que teria resultado na formação de uma estrutura de poder paralelo na região, sustentada pelo uso de recursos públicos, ameaças e atos de violência