"Militares com mais de 16 anos de serviço estão enfrentando uma rotina que beira o colapso físico e mental durante o EFAS. As jornadas começam com chamada às 5h da manhã e liberação apenas às 21h, dia após dia. Há relatos de escalas sobrepostas: guarda de fuzil sem finalidade didática, serviço de 12 horas em quartel, escalas de POG das 18h30 à 1h da manhã e novamente das 1h às 7h, além de serviços internos que exigem entrada às 4h e saída às 22h.
Mesmo com deslocamentos longos atravessando a cidade, os militares são obrigados a participar diariamente de aulas, ordem unida e “rancas” físicos e mentais conduzidos por cadetes até altas horas. As condições são ainda mais preocupantes considerando que o mais novo entre eles tem 35 anos e há policiais com 50 anos submetidos ao mesmo ritmo.
O clima é de pressão constante. São 66 militares revezando diariamente para vigiar fuzis, somando-se aos demais serviços, com ordens para não repassar informações para fora e ameaças veladas para que resolvam “internamente”. Há registro de baixas significativas: um pelotão teria cerca de 60 militares afastados. Conflitos internos e confrontos já começaram a acontecer, com relatos de que a situação está pior que no CFS e CFSD.
Apesar do discurso institucional de promover direitos humanos e polícia comunitária, os próprios policiais denunciam não ter seus direitos respeitados. Muitos se agarram aos R$ 500 de diária como forma de ajudar a família, mas consideram que o valor não compensa o desgaste e a humilhação sofrida. A percepção é de que, se nada for feito, a tragédia é apenas questão de tempo, e quando acontecer, a corporação culpará o militar, como já ocorreu em outros casos.
“Estamos no limite. A instituição, que deveria nos proteger, se tornou a nossa maior inimiga”.
* resume um dos relatos recebidos pelo blog.