sexta-feira, 20 de junho de 2025

SP

 


Soldado da PM é preso em hospital militar após chamar superior de “você”

Durante atendimento médico, policial gravou conversa com capitão e recebeu voz de prisão

Marina Verenicz

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Um soldado da Polícia Militar de São Paulo foi preso em flagrante nesta quarta-feira (18), dentro do Hospital da Polícia Militar, no bairro do Tucuruvi, Zona Norte da capital paulista.

O motivo da detenção: ter se referido ao capitão médico que o atendia como “você”, o que foi enquadrado como crime de desrespeito ao superior, conforme o Artigo 160 do Código Penal Militar.

O soldado Lucas Neto buscava atendimento médico após sofrer um deslocamento no ombro e, segundo sua defesa, não estava em serviço — portanto, não estava subordinado hierarquicamente ao capitão durante o atendimento. Ainda assim, ele foi conduzido ao Presídio Militar Romão Gomes após receber voz de prisão do oficial

Tensão durante atendimento: gravação, advogada barrada e acusações cruzadas

De acordo com a advogada Fernanda Borges de Aquino, que acompanhava Lucas, o policial decidiu gravar o atendimento após a profissional ter sido impedida de registrar o procedimento em vídeo ou áudio.


A iniciativa teria incomodado o médico, identificado como capitão Marcelo Cavalcante Costa, que ordenou a interrupção da gravação. Após o soldado questionar a ordem e chamá-lo de “você”, teria ocorrido o desentendimento que levou à prisão.Posteriormente, a defesa acionou o advogado Mauro Ribas Júnior, que compareceu ao hospital, ouviu os áudios gravados por Lucas e deu voz de prisão ao capitão, por denunciação caluniosa, e a dois tenentes, por falso testemunho. Os oficiais teriam corroborado a versão do capitão sobre a suposta insubordinação.


PM foi solto após audiência de custódia; caso está na Corregedoria

A Polícia Militar de São Paulo confirmou a prisão em nota oficial, afirmando que o policial foi detido por violação do Código Penal Militar, artigo 160, que prevê pena de três meses a um ano de detenção por desrespeitar superior “diante de outro militar”, caso o ato não configure crime mais grave. Ainda segundo a corporação, foi instaurado um Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar as circunstâncias. 

Na manhã desta quinta-feira (19), Lucas Neto foi solto após audiência de custódia, mas o caso segue em apuração pela Corregedoria da Polícia Militar.


Advogado da defesa foi expulso da PM e reverteu condenação

O advogado Mauro Ribas Júnior, que agora atua na defesa de policiais, é ex-PM e foi expulso da corporação após ter sido condenado a 33 anos de prisão pelo assassinato de duas pessoas em 2010. Anos depois, conseguiu reverter a condenação na Justiça, mas não retornou à PM. Desde então, tornou-se conhecido por atuar em casos de militares processados ou investigados criminalmente.

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