QUEM ESTÁ FORMANDO LÍDERES OU DESTRUINDO POLICIAIS?
"Estou em formação para assumir uma nova etapa na carreira, mas o que era pra ser um curso de preparação virou um campo de desgaste físico e psicológico. Prometem formar líderes com preparo intelectual e técnico, mas a realidade é outra: humilhação, exaustão e abandono.
A desculpa? Alegam que ‘curso não tem carga horária’ — e com isso, mantêm o policial 2, 3 dias sem dormir, com escalas abusivas, PAs na madrugada e provas logo cedo. Um ciclo exaustivo, onde o corpo não aguenta e a mente não acompanha.
E o aprendizado? Nada. Muitos saem do curso sem saber sequer redigir um histórico com clareza. Basta olhar os REDS: erros grotescos, falta de técnica, ausência de orientação. Porque a prioridade ali não é ensinar — é esgotar o policial.
Até necessidades fisiológicas viram questão de controle. É preciso justificar até para ir ao banheiro. É um ambiente onde disciplina vira desculpa para abusos, e liderança, uma palavra bonita em discursos institucionais que não refletem a prática.
Enquanto a sociedade evolui e a criminalidade se torna cada vez mais articulada, a formação policial parece ter parado no tempo. O foco é a ralação física. Só isso. Nenhuma atualização, nenhum preparo real.
Não vamos romantizar esses cursos. Não são formadores de líderes — são fábricas de adoecimento.
EFAS não gosta de CEFS, assim como APM não gosta de CHO. E o resultado é esse: policiais esgotados, mal treinados e jogados à própria sorte."
*Relato recebido