CPI do INSS: Frei Chico fica de fora da lista de convocados
A CPI do INSS aprovou nesta terça-feira (27) convocações e convites para ouvir 55 pessoas. No entanto, um acordo entre governistas e oposição blindou Frei Chico, irmão mais velho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de uma possível convocação.
Frei Chico é vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), citado em relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) sobre supostas fraudes. Apesar disso, ele não é investigado, e o sindicato nega qualquer irregularidade.
O entendimento entre os parlamentares foi construído em troca da ampliação do escopo de investigação da comissão, que agora passa a abranger também o governo Dilma Rousseff. O plano de trabalho apresentado prevê que a apuração comece em 2015, durante o segundo mandato da petista.
Para garantir a proteção de Frei Chico, ficou definido que a votação de requerimentos em bloco só ocorrerá mediante consenso entre os membros da CPI. Assim, evita-se que seu nome apareça ao lado de outros alvos e seja submetido a votação individual, o que aumentaria a pressão política.
Segundo o presidente da CPI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), não há previsão de convocar Frei Chico:
— “Enquanto não tivermos certeza de participação, não faremos convocações, especialmente no âmbito político. Não há previsão de que esse senhor, ou outros ligados ao governo anterior, sejam chamados sem as devidas provas.”
O Planalto avalia que conseguiu conter danos políticos diante da oposição, que conquistou os principais postos da comissão: a presidência com o senador Carlos Viana e a relatoria com o deputado Alfredo Gaspar (União-AL), ambos críticos ao governo.
Aliados do presidente Lula consideraram o desfecho uma vitória importante para evitar o desgaste de envolver diretamente o irmão do chefe do Executivo nos trabalhos da CPI.