A Proclamação da República, ocorrida em 15 de novembro de 1889, marcou o fim da monarquia no Brasil e abriu caminho para um novo modelo político. Mas, olhando para os dias de hoje, o que esse marco realmente representa?
A ideia de República, na prática, deveria significar participação popular, renovação e compromisso com o interesse coletivo. Porém, mais de um século depois, ainda enfrentamos desafios que mostram o quanto estamos distantes desse ideal: crises políticas sucessivas, disputas de poder que ignoram a população, escândalos de corrupção, instituições fragilizadas e uma sensação constante de descrença nos governantes.
Enquanto a República nasceu com o discurso de modernizar o país, no presente convivemos com desigualdade, insegurança, representatividade limitada e uma política que muitas vezes funciona mais como palco do que como serviço público. Ainda assim, é também nesse sistema republicano que se mantém viva a possibilidade de mudança — pelo voto, pela cobrança, pela fiscalização e pela participação ativa da sociedade.
A Proclamação da República permanece como um lembrete de que nenhum regime se sustenta sem legitimidade, sem responsabilidade e sem ouvir o povo. E que, mais do que celebrar uma data histórica, precisamos olhar para o Brasil de hoje e cobrar que o espírito republicano finalmente saia do papel e alcance a vida real.
