A política tem uma lógica cruel: toda vez que um candidato acredita que já venceu, ele começa a perder.
O eleitor brasileiro — e especialmente o mineiro — desenvolveu um olhar apurado para detectar soberba.
E pune sem hesitar.
Aécio 2014: a lição que nunca envelhece
Para quem esqueceu: Aécio Neves entrou no segundo turno de 2014 como favorito.
Pesquisas mostravam vantagem inicial, e parte de sua campanha adotou um tom de “já deu”.
O resultado? Dilma Rousseff virou o jogo na reta final, mobilizando o voto silencioso, o anti-arrogância e o medo do triunfalismo precoce.
Dilma 2018: a grande surpresa
Toda soberba será castigada. Do início ao fim Dilma era tida como senadora-eleita antes mesmo da campanha começar. Liderou em todas as pesquisas feitas, até na boca de urna, pesquisa que era feita durante a votação e que deixou de ser realizada após errar feio sobre a ex-presidente.
A grande líder das pesquisas amargou o quarto lugar.
Tramonte 2024: uma queda livre
Apresentador de TV de sucesso e então deputado estadual mais votado de Minas, Tramonte liderou boa parte das pesquisas, mas acabou ficando de fora do segundo turno para a prefeitura de Belo Horizonte.
O prestígio em frente às câmeras não foi suficiente para garantir sua eleição, nem mesmo com dois grandes padrinhos políticos, o governador Romeu Zema e o ex-prefeito Alexandre Kalil.
Mateus Simões 2026: a próxima dúvida
Nos últimos dias, a postura do pré-candidato Matheus Simões, vice-governador de Minas, reacendeu esse debate. Sua retórica tem alternado entre confiança excessiva implícita, desdém por adversários e um tom quase professoral, como se sua vitória fosse mera formalidade — e seus rivais, incidentes periféricos no caminho.
Política não funciona assim. E Minas, menos ainda. O que você acha?
