A surpresa de aliados de Zema com Luís Eduardo Falcão
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Aliados do governador Romeu Zema (Novo) demonstraram surpresa com o fato de o presidente da Associação Mineira de Municípios (AMM), Luís Eduardo Falcão (sem partido), ter utilizado um evento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em Belo Horizonte, para tecer críticas à privatização da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa).
O episódio, ocorrido na quinta-feira (11), foi interpretado no Executivo estadual como uma tentativa brusca de Falcão de recalcular a rota política.
O prefeito de Patos de Minas, no Alto Paranaíba, deixou o Novo em abril e, desde então, se distanciou politicamente de Zema. Embora Falcão já tivesse criticado a privatização da Copasa na semana passada, a avaliação no governo estadual é que a retomada do assunto durante a agenda com Lula soou, de certa forma, como um “gesto incoerente”.
Isso porque a esposa do dirigente, a deputada estadual Lud Falcão (Podemos), votou favoravelmente à desestatização da empresa durante a tramitação do tema em 1° turno na Assembleia Legislativa (ALMG). A parlamentar também se posicionou a favor da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que retirou a exigência de referendo para a venda da Copasa.
Durante a agenda com Lula, no Expominas, Falcão afirmou que o Palácio Tiradentes não abriu diálogo com os municípios sobre a privatização dos serviços de saneamento. Ele pediu que os prefeitos não assinem os novos contratos sugeridos pela Copasa, que tenta estender os vínculos até 2073.
“Temos 853 realidades distintas. Nenhum projeto pode avançar sem estar próximo das cidades mineiras e daqueles que a representam, que são prefeitos e vereadores. Nosso dever é construir isso juntos”, disse o prefeito durante o evento.
Interlocutores ligados ao governo federal, a propósito, também demonstraram surpresa com o discurso de Falcão no evento. Alguns não esperavam que um ex-correligionário de Zema abordasse o tema da privatização em uma atividade do Palácio do Planalto.