Confusão em procissão deixa policiais e guardas municipais feridos em Guaxupé
Uma confusão registrada durante a “Procissão dos Caminhoneiros”, no Parque da Mogiana, em Guaxupé (MG), terminou com quatro pessoas presas em flagrante na tarde deste domingo. A Polícia Militar e a Guarda Civil Municipal (GCM) foram acionadas após um desentendimento envolvendo duas mulheres e se depararam com agressões, resistência à prisão e ameaças contra agentes de segurança.
Segundo a PM, a ocorrência começou com uma briga entre S.M. e S., motivada por desavenças pessoais. Testemunhas relataram que, durante a confusão, o enteado de S., identificado como A., teria arremessado uma lata de cerveja contra o rosto de S.M., que estava caída no chão, com a intenção de humilhá-la.
Ao serem localizados, S. e A. foram orientados a se retirar para evitar novos tumultos, mas a situação se agravou. S. acusou S.M. de ter mantido um relacionamento extraconjugal com seu marido e admitiu que foi tirar satisfações, quando as duas se agrediram mutuamente. Ambas receberam voz de prisão por lesões corporais.
A., que confirmou ter jogado a bebida em S.M., foi preso por injúria real. No entanto, resistiu à prisão, desobedeceu ordens e ameaçou os policiais, sendo necessário o uso de técnicas de imobilização e algemas. Durante a abordagem, o pai de A., identificado como A.D., passou a interferir, tentou impedir a condução do filho e acabou agredindo a soldado PM E.M., derrubando-a e pressionando sua cabeça contra o solo.
De acordo com a ocorrência, A.D. também teria tentado retirar a arma da policial, sendo contido apenas após o uso de espargidor de pimenta e duas descargas de dispositivos elétricos Spark por agentes da GCM. Durante a resistência, um guarda municipal sofreu lesão no braço.
A soldado E.M. apresentou ferimentos no rosto e no corpo; o GCM D. ficou com lesão no braço esquerdo; S.M. e S. tiveram escoriações; e A.D. sofreu lesões decorrentes do uso de instrumentos de menor potencial ofensivo.
Já no pronto-socorro, onde todos receberam atendimento médico, A.D. e A. proferiram ameaças contra os policiais e guardas municipais, dizendo que “Guaxupé é pequeno e nós vamos acabar com um por um”. A. afirmou ainda que já havia agredido um policial no passado. A.D., que se identificou como empresário do ramo de transporte em Paulínia (SP), reforçou as ameaças, afirmando ter condições de “acabar com todos os agentes públicos envolvidos”.
Ao final, foram conduzidos à Delegacia de Polícia Civil:
- S.M. – lesão corporal;
- S. – lesão corporal e incitação ao crime;
- A. – injúria real, desacato, desobediência, resistência e ameaça;
- A.D. – desacato, resistência, lesão corporal contra agente público e ameaça.
A perícia técnica foi acionada e o caso segue sob investigação.
O Tenente-Coronel Afrânio, comandante do 43º BPM, demonstrou preocupação com a gravidade da ocorrência em Guaxupé, que resultou em ferimentos a policiais e guardas municipais, além de várias infrações cometidas pelos envolvidos. Apesar da lavratura de um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) pelo delegado, o comandante deixou claro que o caso está sendo tratado com rigor junto à Polícia Civil e ao Ministério Público, buscando assegurar que todas as infrações sejam devidamente apuradas e responsabilizadas. Essa postura indica que o comandante entende que o TCO pode não abarcar a complexidade da situação e reforça o compromisso da corporação em garantir justiça e apoio aos seus policiais.