Um policial penal está sendo investigado por tráfico de drogas no Centro de Remanejamento (Ceresp) Gameleira, na região Oeste de Belo Horizonte. O possível envolvimento do agente foi descoberto após cinco porções de substância semelhante à maconha, um aparelho de celular, um chip, um carregador para celular e um fone de ouvido terem sido apreendidos em uma cela com dois detentos.

Conforme registrado no boletim de ocorrência, uma movimentação suspeita na unidade chamou a atenção dos profissionais, e o diretor geral foi chamado para verificar o que acontecia. Os detentos foram ordenados a ficar sentados de costas para a porta, já que pretendiam realizar revistas em todas as celas. 

Uma das pessoas em privação de liberdade acabou desobedecendo às ordens, foi até o fundo da cela e quebrou um celular que seria repassado aos policiais penais. Durante os trabalhos de busca, além dos materiais citados, foram apreendidos temperos, azeite e até maço de papel de seda.

Imagens do circuito de segurança foram analisadas e foi identificado que um policial penal seria o responsável pela movimentação atípica na cela. O agente foi acionado para acompanhar o registro da ocorrência. Em nota, a Polícia Civil informou da prisão em flagrante do policial penal. “Ele foi encaminhado ao sistema prisional, onde ficou à disposição da justiça. A investigação prossegue visando a completa elucidação dos fatos”, afirmou a instituição.

O que diz a Sejusp

Por sua vez, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), esclareceu que além do policial penal, os dois presos ocupantes da cela também foram conduzidos para a Delegacia de Polícia Civil. 

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“A ação que culminou na apreensão dos ilícitos em uma das celas foi resultado do trabalho do setor de Inteligência da unidade, que apontou, também, o possível envolvimento de um policial penal no crime”, destaca a pasta em um dos trechos do posicionamento. 

Uma Investigação Preliminar foi instaurada pela Corregedoria para adotar as providências administrativas cabíveis, “guardando sempre o direito à ampla defesa e ao contraditório”. “A Sejusp ressalta que não compactua com desvios de conduta de seus servidores e informa que as medidas administrativas vão desde o afastamento do servidor à demissão do cargo público”, afirma a secretaria.

O que diz o Sindicato dos Policiais Penais

“Temos que aguardar o desenrolar das investigações para dar um posicionamento”. É o que afirma Wladimir Dantas, presidente do Sindicato dos Policiais Penais de Minas Gerais (Sindppen). Para o representante da entidade, ainda não há “nada de concreto”. 

“As investigações passam por trâmite e após ser completada, aí sim [será possível se posicionar]. É um colega de profissão e, se estiver fazendo algo de errado, será penalizado. Por enquanto, ele é suspeito de ter feito atos contrários à carreira”, afirmou.